segunda-feira, 17 de março de 2014

Fecundação in vivo e fecundação in vitro, quais as diferenças?

Perguntas e respostas.

A fecundação in vivo ocorre dentro do corpo da mulher, enquanto que a fecundação in vitro ocorre fora do corpo da mulher.

Quais os procedimentos utilizados em cada uma?

Fecundação in vivo:
- Fecundação espontânea (sem qualquer monitorização);

- Coito programado (consiste em estimular os ovários da mulher para ajudar a produzir mais do que um ovócito e mediante monitorização do crescimento folicular, é programado o dia em que o casal deve ter relações sexuais);

-Inseminação artificial (o processo é idêntico ao do coito programado, com a excepção de que o casal não tem relações sexuais. No dia em que fôr programada a ovulação, o sémen é preparado em laboratório de modo a seleccionar os melhores espermatozóides, para depois estes serem colocados na cavidade uterina).

Fecundação in vitro:
Existem duas técnicas de fecundação in vitro. Em ambas as técnicas se requer uma estimulação prévia dos ovários da mulher de forma a obter um maior número de folículos. O crescimento dos foliculos é monitorizado mediante ecografia e análises serologicas, e no dia em que fôr programada a extração dos óvocitos (punção ovárica), o sémen é preparado também em laboratório. 

- Fecundação in vitro convencional (FIV)
Esta técnica é utilizada nas situações em que a concentração dos espermatózoides é elevada. Consiste em colocar os ovócitos em meio de cultura com espermatozóides e estes vão competir entre si para fecundarem os ovócitos;

- Microinjeção espermática (ICSI)
É uma técnica muito utilizada nos casos em que existe baixa concentração de espermatozóides ou fraca mobilidade. É o biólogo quem seleciona os espermatozóides baseando-se na sua mobilidade e morfologia, e com a ajuda de uma pipeta vai injectar esse espermatozóide num ovócito. Esta técnica é muito mais complexa uma vez que requer um aparelho de microinjeção e um microscópio.

As taxas de gravidez são idênticas?

A fecundação in vitro apresenta taxas de gravidez muito mais elevadas do que a fecundação in vivo.
Podemos dizer no geral que a fecundação in vivo apresenta taxas de gravidez na ordem dos 15-20% (sendo que se obtém melhores resultados com a inseminação artificial do que com o coito programado) e a fecundação in vitro apresenta taxas de gravidez na ordem dos 50%. Neste caso, geralmente os resultados são melhores com FIV do que com ICSI (uma vez que o ICSI é utilizado maioritariamente  nas situações em que a concentração seminal é baixa). 

Por qual começar?
Se um casal é jovem e não apresenta nenhum problema aparente, isto é, se as trompas de Falópio e o útero estão bem e se a qualidade do sémen é normal, o médico vai indicar ao casal  a fecundação in vivo. Na maioria das vezes, o casal pode começar por realizar duas tentativas de coito programado, e se esta técnica não funcionar, pode fazer até quatro tentativas de inseminação artificial. Só depois, de esgotadas estas opções, o médico poderá sugerir a fecundação in vitro. Note-se que o número de vezes que médico propõe ao casal o coito programado ou inseminação artificial pode variar.

Os custos são idênticos?
As técnicas de fecundação in vitro são muito mais caras. Não só porque são técnicas que ocorrem em laboratório, são técnicas mais complexas, mas também porque envolvem um maior gasto de medicação para estimular a mulher uma vez que se requer a obtenção de mais ovócitos e porque envolvem também a extração dos ovócitos.

Espero que não tenham dúvidas!

Foto: autor Bruce Blaus. Wikimedia Commons.

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