terça-feira, 22 de abril de 2014

Sou infértil… e quê?!

Ontem falava com uma amiga. A minha amiga estava desesperada. Tinha casado há cerca de 2 anos e meio com o homem da sua vida e tinham ambos decidido aumentar a família. Depois de 2 anos de tentativas fracassadas, ela decidiu falar comigo e aconselhei-a a visitar um dos médicos especialistas em procriação medicamente assistida na clínica onde trabalho.
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Ontem veio o diagnóstico. Aos 38 anos foi diagnosticada baixa reserva ovárica e o marido tem também pouca concentração de espermatozóides no sémen (oligozoospermia severa). Como ela ficou abatida! Parecia que o mundo ia acabar. Já lhe disse que situações como estas acontecem diariamente, e que apesar das taxas de sucesso nestes casos não serem as mais altas, há solução! Muitas vezes digo aos casais para os animar, e porque é verdade, e o observo no meu dia-a-dia: basta um único embrião de boa qualidade para implantar e dar origem a um bebé! Sobretudo é preciso não desanimar e se realmente querem ter um bebé devem avançar o mais rapidamente para um tratamento de reprodução in vitro. Devem falar com o médico especialista e perguntar se há algum medicamento, algumas vitaminas que possam tomar para melhorar a qualidade dos gâmetas. Muitas vezes são receitados antioxidantes para o parceiro masculino tomar durante os 3 meses prévios ao tratamento de fertilidade para diminuir os danos que os radicais livres (produzidos pelo stress oxidativo) possam produzir no DNA dos espermatozóides.

Acho que nestas situações é importante o casal estar unido e pensar com optimismo que está a fazer tudo ao seu alcance para conseguir uma gravidez evolutiva. Não devem ter sentimentos de culpa e pensar “e se tivéssemos tentado mais cedo”… “e se tivéssemos consultado um especialista mais cedo”… Agora não é tempo para pensar nos “e se”… mas sim actuar, pensar no futuro e construi-lo com optimismo. Não quero com isto dizer que o casal tenha que estar eufórico achar que vai conseguir ter êxito no primeiro tratamento de fertilidade que vai realizar. Na maior parte dos casos isso não acontece e não convém desamimar!

Felizmente que desde o nascimento do primeiro bebé proveta em 1978 a área da reprodução medicamente assistida tem evoluído exponencialmente. Hoje em dia há inúmeros tratamentos e inúmeras alternativas. Alguns casais têm sorte no primeiro tratamento que fazem…outros infelizmente têm que fazer mais tentativas, mas acreditem, são poucos aqueles que não conseguem atingir o seu objectivo: o de serem pais! Hoje disse à minha amiga, um dia ainda dirás: "sou infértil … e quê?"

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